Antônio Canuto, expoente da luta pela terra, morre aos 83 anos na cidade de Goiânia
A Câmara Municipal de Santa Terezinha manifesta, por meio desta nota, externa o mais profundo pesar pelo falecimento de Antônio Canuto, ex-padre do município, ocorrido na madrugada desta terça-feira (03/12), na cidade de Goiânia-GO. Canuto foi a primeira pessoa juntamente com a Regina Borello, a começar a organizar a documentação para a emancipação de Santa Terezinha.
Neste momento de dor e luto, todos da Câmara Municipal se solidarizam com seus familiares e amigos, expressando as mais sinceras condolências pela irreparável perda desta grande pessoa.
Junto a figuras como Pedro Casaldáliga e Dom Tomás Balduíno, Canuto esteve envolvido na fundação da CPT.
Um dos membros de maior destaque da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Antônio Canuto, faleceu na madrugada desta terça-feira, 3, em Goiânia. Segundo representantes da instituição, Canuto sofreu um infarto, chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu. O velório acontece em Goiânia, na igreja São Judas Tadeu, no Setor Coimbra, em Goiânia. O sepultamento acontece na cidade de Santa Terezinha, no Mato Grosso, cidade a qual se afeiçoou durante sua atuação como padre.
Antônio Canuto nasceu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul (RS), no dia 22 de janeiro de 1941. Em 1971, ele chegou à região da Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso (onde trabalhou fortemente em defesa ao direito à terra), para atuar como padre. Foi incorporado à equipe pastoral da Prelazia de São Félix, coordenada por Pedro Casaldáliga. Em nota, a CPT afirmou que ele começou sua atuação antes mesmo do nascimento da Pastoral “contribuindo para sua concepção, acompanhando toda a nossa caminhada, caminhando conosco até aqui” (veja ao final na íntegra).
Canuto, junto a Pedro Casaldáliga, Dom Tomás Balduíno e outros bispos do Brasil, estiveram na fundação da CPT, em 1975, momento de grande repressão da ditadura militar brasileira.
Se uniu ao escritório nacional da CPT em 1977, quando se mudou para Goiânia. Na instituição atuou como coordenador nacional, secretário da Coordenação Nacional e no Setor de Comunicação, além de ter sido Conselheiro permanente da CPT, atuante até os últimos dias de sua vida.
Seu maior legado está na defesa das causas camponesa, indígena e dos pobres. Um dos colegas de jornada de Canuto, Isidoro Revers, coloca a atuação do defensor como “fundamental” para criação da CPT e para defesa das comunidades com as quais se envolveu. Seu trabalho como escriba da instituição, sempre foi voltado para compreensão da realidade social, econômica e política dos povos que lutam pelo direito à terra, principalmente durante o momento de expansão do agronegócio para o Centro-Oeste e no Vale do Araguaia. “O Canuto foi o braço esquerdo do Dom Pedro Casaldáliga”, comenta bem humorado. (Fonte: Jornal Opção).